Wednesday, September 20, 2006

Medo do Escuro

Abandonei-me em ti
Sempre tive medo da solidão
E no entanto deixei-me levar
Desde o dia em que te vi.

Abandonei-me em ti e tu aceitaste.
Recebeste-me
Acolheste-me
Abandonaste-me!

Encontrei-te na solidão que tanto temia
Abandonado em mim
Deixado ao sabor do dia
Salvaste-me de mim.

Abandonei-me em ti
E provei-te.
Amei-te,
E perdi-te.

Senti-me completo.
Senti-me guiado.
Senti-me traído.
Senti-me devastado.

Abandonei-me em ti,
Sem medo nem receio.
Provei-te o meu amor
Ao abandonar-me assim.

Abandonei-me em ti.
Na tentativa de não me sentir abandonado
Na tentativa de não me sentir perdido
Na tentativa de ser encontrado.

Abandonei-me em ti
Desde o dia em que te vi.

Nuno Geraldes Barba©

(Registo IGAC #786/06)

4 Comments:

Blogger Luis Spencer Freitas said...

Honestamente, não me parece que consiga dar uma resposta ao nível. Tu normalmente escreves bem, mas este poema tem um lírismo como eu ainda não te tinha visto fazer. Estaremos a assistir à passagem do poeta para uma fase nova? Fabuloso mesmo!
Sem dúvida, um regresso de férias ao nível do dono do blog: em alta!

Abraço.

12:51 AM  
Anonymous Anonymous said...

(...)
Eu gostava que olhasses
para mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo, um olhar em segredo, só para eu
Te abraçar...
(...)

10:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

(...)
Eu gostava que olhasses
para mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo, um olhar em segredo, só para eu
Te abraçar...
(...)

10:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

Nuno, es um grande poeta! E estas cada vez melhor....es como o Vinho!
Honestamente, desejo-te tudo de bom.
Votos de muito sucesso!

Abraco.
Mauro P

11:49 PM  

Post a Comment

<< Home