A Praia
Sento-me no muro da esplanada e olho à minha volta.
A praia cheia não traduz a crise que dizem estarmos a viver.
É um dia de semana e parece Agosto!
Crianças com os pais,
Idosos sozinhos,
Crianças sem pais,
Pais sem crianças.
Na água o sol cria reflexos estranhos,
Alheios e indiferentes a tudo o que se passa,
E ao tempo que insiste em passar devagar.
A praia fica mais cheia.
Jovens que deviam estar nas aulas,
Adultos que deviam estar nas suas jaulas.
Já nada faz sentido no país à beira mar plantado.
Tudo por causa de uns raios de sol.
E eu continuo no muro, a olhar, pasmado.
Esta praia é tão melhor no Inverno...
O tempo continua a passar
E a praia a encher.
Pranchas e mais pranchas afogam a água,
Numa moda de Verão que todos elogiam.
Vejo tudo aqui de cima
De onde é que terá vindo tanta gente?
Todos com um ar tão descontente
Todos com uma felicidade tão ausente.
Reconheço algumas das caras que por aqui passam.
Falamo-nos com o olhar,
Um sorriso, qui-ça,
Ou até um breve aceno..
Não passa de educação na minha opinião.
E na areia,
A multidão que insiste em ficar examina-se,
Mede-se e mal diz-se. Fala-se. Todos se falam.
Todos vestidos de igual,
Hão de ter muito moral para se criticar.
Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)
A praia cheia não traduz a crise que dizem estarmos a viver.
É um dia de semana e parece Agosto!
Crianças com os pais,
Idosos sozinhos,
Crianças sem pais,
Pais sem crianças.
Na água o sol cria reflexos estranhos,
Alheios e indiferentes a tudo o que se passa,
E ao tempo que insiste em passar devagar.
A praia fica mais cheia.
Jovens que deviam estar nas aulas,
Adultos que deviam estar nas suas jaulas.
Já nada faz sentido no país à beira mar plantado.
Tudo por causa de uns raios de sol.
E eu continuo no muro, a olhar, pasmado.
Esta praia é tão melhor no Inverno...
O tempo continua a passar
E a praia a encher.
Pranchas e mais pranchas afogam a água,
Numa moda de Verão que todos elogiam.
Vejo tudo aqui de cima
De onde é que terá vindo tanta gente?
Todos com um ar tão descontente
Todos com uma felicidade tão ausente.
Reconheço algumas das caras que por aqui passam.
Falamo-nos com o olhar,
Um sorriso, qui-ça,
Ou até um breve aceno..
Não passa de educação na minha opinião.
E na areia,
A multidão que insiste em ficar examina-se,
Mede-se e mal diz-se. Fala-se. Todos se falam.
Todos vestidos de igual,
Hão de ter muito moral para se criticar.
Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)
2 Comments:
Bastante melhor no Inverno!
Basta uns raios de Sol e vê-se por aí os Domingueiros todos. É incrível...as praias ficam praticamente inacessíveis. Não passa de uma moda!
E eu partilho da tua opinião, ser de boa educação "cumprimentar" (seja de que modo for) quem se conhece!
P.S.: estou a gostar imenso do teu blog; já é um hábito passar por cá quase diariamente para ver se postaste algo. Continua!
Elah! Há muito tempo que não te via zangado. Gosto da tua poesia zangada. eheh
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