Monday, March 27, 2006

Ciclos da Vida

Aqui há tempos comecei a amar.
Passaram-se semanas, meses, anos,
E eu continuava a amar.
Até no meio das nossas zangas,
Eu continuava a amar.

Tanto amei,
Tanto vivi,
Tantas emoções descobri,
E tão pouco falei.
Tão pouco agradei,
E nunca agradeci
Ou me desculpei.

Aqui há tempos comecei a amar.
Nesse momento tudo começou a funcionar;
A minha vida a andar
O meu coração a bater,
E a minha mente a viajar.

De repente, tudo acabou.
A minha vida mudou,
O meu Mundo desabou,
E o meu coração fechou.
Tudo por causa daquela que me amou
Mas que nunca deixei de amar,
Por quem nunca deixei de sonhar.

Num tempo em que sonhar
É tudo o que me resta,
Num Mundo em que tudo se tem de pagar,
Sonhar é mesmo o que me resta,
Sonhar para voltar a amar...

Voltar a amar?
Para quê?
Amar é só sofrer.
É bom enquanto dura,
Mas depois,
Depois o que é que fica?
NADA !
Nada para além de uma enorme vontade,
Uma vontade de desaparecer ou morrer.
Morrer.
Morrer para não ter de sofrer.

Mas tudo passa.... Eventualmente.
Tudo há de passar,
Tudo há de recomeçar,
E não duvido que um dia não volte a amar.
Que um dia não volte a sonhar.
E depois recomece a chorar.

A vida é um ciclo estranho.
Viver às vezes é sofrer,
Mas parar é morrer.
Mesmo quando o medo aperta,
Mesmo quando o destino assusta,
Não podemos parar,
E temos de fechar os olhos,
E sonhar.

Nuno Geraldes Barba©

(Registo IGAC #786/06)

Wednesday, March 22, 2006

Noites de Verão

Sento-me no canto mais escuro do quarto e fico a ver-te dormir. Está calor. Pela janela aberta, vai entrando a luz da lua cheia, branca, criando sombras disformes pelo chão e pelas paredes. A brisa que vem do mar é quente, estranhamente quente para esta altura do ano. Vou olhando para a rua de onde vêm apenas dois sons. De bem longe o som das ondas a rebentar na areia. Dá para perceber que o mar subiu e que as ondas estão muito maiores do que o habitual para a estação. Amanhã vamos ter a praia cheia o dia todo. É sempre bom ter amigos a virem para este lugar escondido e esquécido da nossa costa. Por isso é que gosto de aqui estar. Em dias normais, só locais, quando o mar sobe, Lisboa e Algarve, Alentejo e Porto, juntam-se neste ritual de proucurar boas ondas para as descer, para as pintar, para as fotografar....
Mais perto, os grilos cantam no calor da noite. Não está vento nenhum. Só mesmo aquela brisa quente, muito fraquinha, que entra pela janela do quarto. O pinheiro que plantei com o meu pai nem mexe. Que calmaria. Adoro a noite!
Volto a olhar para ti e à minha volta para o quarto. As sombras mexeram-se, mudaram de forma, e dando formas estranhas ao teu corpo escondido debaixo dos lençois. Rio baixinho, mas mesmo assim acordas e não te mexes. Não queres que eu perceba que estás acordada. Eu vi os teus olhos a brilhar. Também não digo nada. Ficamos só assim, os dois a olhar um para o outro eu a pensar que te engano, e tu a pensares que me enganas a mim. Não nos desmanchamos, nem nos mexemos. Estamos ali. Só ali.
Não tenho sono nenhum nem percebo como é que se pode dormir com um calor destes. Tenho de sair daqui. Vou para a varanda olhar para a noite. Daqui a nada já vais lá ter. Eu sei que sim.

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Tuesday, March 21, 2006

Amar Até Morrer

Tanto por dizer,
Tanto por falar,
Tanto por ouvir,
Tanto por viver.
Tanta coisa ficou por se ver, por se saber.
Momentos de alegria,
Momentos de tristeza.
Momentos de choro,
Momentos de dor.
Tudo por nós vivido, tudo por nós sentido.
Será possível esquecer?
Será possível deixar morrer,
Uma chama que arde, queima e vive?
Será possível deixar morrer,
Um vulcão de emoções e sensações?
Um vulcão que rebentou, queimou, amou.....
Mas agora dorme, descansa, pensa?
Será possível? Tudo é possível!!
Tanta dor,
Tanto amor.....

Ah, como eu gostava de voltar atras,
Corrigir, emendar, esquecer.
Evitar o que o fim nos traz.
Não sou capaz.....
Não consigo esquecer.
Não consigo viver!!!
Tanta dor,
Tanto amor......

Será possível que o amor não seja nada?
Nada a não ser dor?
Será possível que tudo esteja de facto acabado?
Que não sobre nada? Nem um sentimento inexplorado?
Não acredito. Não quero acreditar!!
Quero viver,
Quero recomeçar.
Quero fazer tudo de novo sem me enganar.
Tudo há de melhorar.
Consegues perdoar?

Ficou tanto por dizer
Ficou tanto por falar
Ficou tanto por viver
Ficou tanto por sentir......

Dizer, viver, amar.
Amar até morrer.

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Wednesday, March 15, 2006

Mar

Só o mar me traz calma,
Só ele me sossega a alma.
Momentos de dor, choro e paixão
Limpos pelo ser com o maior coração....

Amigos, inimigos, grandes ou pequenos,
Nada faz diferença assim que nos entregamos

Os sentimentos são como o mar;
Grandes, fortes, com alma e coração.
Mas só o mar nos pode salvar da desilusão.
Só ele tem a força para nos fazer pensar, viver, Mudar.

Só o mar me acalma a dor,
Só ele me traz a paz do amor,
Só o mar sabe os meus segredos,
E só ele sabe quanto te amei,
E quantas foram as lagrimas que por ti chorei.

Num movimento repetido
Mas nunca igual,
As minhas lagrimas vão, voltam,
E continuam a cair,
Desde o momento em que de ti me fui despedir,
Até ao dia em que desistir,
E finalmente ao mar me entregar,
Para que ele me leve, e assim eu viva,
Num sitio onde não me lembre do que é amar.

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Sunday, March 05, 2006

The Suffering Wanderer

I wander through places of warm
I wander trough places fear.

Wandering around trying to make it clear
Wandering around, wanting to find my calm…

Walking this earth with no place to go
Living my life in pain and in suffering,
Why, I do not know….

I wander trough the World
Feeling hot and then cold.
I wander through the World,
Wondering in my mind,
How ever did I get so old?

I wander through places of warm
I wander trough places fear.

Wandering around trying to make it clear
Wandering around, wanting to find my calm…

How can one so young be so hurt?
How could we ever be such jerks?
I’m sorry for all the pain….

Believing I was doing fine,
I did nothing but wrong.
Regret and sweet memories will never leave my brain,
I’ll cherish every moment
Live every word an remember every scent……
I’m sorry for all the pain!!

Whenever you need me,
I’ll be around, wandering the World,
Wandering and waiting,
Thinking and suffering.
But whatever happens I shall be waiting
Always wandering, always wondering,
Where ever did we go so wrong…..?

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Thursday, March 02, 2006

The Fly Who Flew

Once upon a time there was a fly.
It was little, yes. But its dreams were big.
It was little, yes. And little was its fear.
So it flew away, with nowhere to stay.
It flew and it flew.
To discover the World,
Wherever the wind blew.
It saw countries where the houses were made of clay,
And where the people always helped it in its way.

One day it left, said “Thank you!”
And flew.

It flew away, and again, it had nowhere to stay.
And wherever the wind blew, that was the little fly’s way…
The little fly was thrown from side to side,
From country to country, and still,
It didn’t seem to find its way.

It finally flew back home
To find peace, warmth, and kindness.
“After all”, it said, “There is no place like home.”
And it fell asleep,
Never knowing,
But always wondering,
If it had dreamt or if it was real.
Either way, the little fly was happy …

Nuno Geraldes Barba©

(Registo IGAC #786/06)