Monday, May 29, 2006

A Praia

Sento-me no muro da esplanada e olho à minha volta.
A praia cheia não traduz a crise que dizem estarmos a viver.
É um dia de semana e parece Agosto!
Crianças com os pais,
Idosos sozinhos,
Crianças sem pais,
Pais sem crianças.

Na água o sol cria reflexos estranhos,
Alheios e indiferentes a tudo o que se passa,
E ao tempo que insiste em passar devagar.

A praia fica mais cheia.
Jovens que deviam estar nas aulas,
Adultos que deviam estar nas suas jaulas.
Já nada faz sentido no país à beira mar plantado.
Tudo por causa de uns raios de sol.
E eu continuo no muro, a olhar, pasmado.

Esta praia é tão melhor no Inverno...
O tempo continua a passar
E a praia a encher.
Pranchas e mais pranchas afogam a água,
Numa moda de Verão que todos elogiam.

Vejo tudo aqui de cima
De onde é que terá vindo tanta gente?
Todos com um ar tão descontente
Todos com uma felicidade tão ausente.

Reconheço algumas das caras que por aqui passam.
Falamo-nos com o olhar,
Um sorriso, qui-ça,
Ou até um breve aceno..
Não passa de educação na minha opinião.

E na areia,
A multidão que insiste em ficar examina-se,
Mede-se e mal diz-se. Fala-se. Todos se falam.
Todos vestidos de igual,
Hão de ter muito moral para se criticar.

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Wednesday, May 24, 2006

Wish

Did you ever feel like you were in a movie?
Did you ever think you were crazy?
Did you ever wake up in the morning and just cry, cry, cry and cry?
If you did, this poem is for you, and no one else.

Every morning just as I wake up,
You are the first thought in my mind.
I go through the days thinking,
About how I once had you, and now I lost you,
I go through the nights crying and suffering
Because once, I was too proud to come back to you
Every night, when I go to bed, just before I go to sleep,
You are the last thought on my mind.
I feel like this every day,
I feel like this all the time.
A time of stillness,
A time of sadness,
A time of pain….
I feel like this every day……
……….Since I first left you.

I look at the watch and time doesn’t move
I look at the sky and the sun doesn’t shine
All is grey and pale around me,
Where did all the colours go?

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Thursday, May 18, 2006

Unreal Reality

I lie on the grass and stare at the sky.
I dream of places that don’t exist,
I dream of feelings that I can’t express.
Dreams of perfect people, and perfect lands,
Dreams of perfect islands, and perfect mountains,
Dreams, where I’m high, high up in the sky

I look through the window,
And stare at the sun setting in the distance.
I lose touch with reality,
Lose myself in eternity.
A dream where I can feel happiness in a single moment,
But as I wake up, happiness still doesn’t come.
Dear God, must I really be alone?

Down to Earth again,
Awaken by noise, I merely sit in class.
Time didn’t go by at all,
And I just lost myself in a moment of despair.
I look through the window one more time.
The sun is gone now,
And there is no more warmness. There are no more dreams.
Only stars up in the stratosphere,
Way above the clouds in the atmosphere.
Stories that aren’t clear
Only wishes that won’t come true.

Nuno Geraldes Barba©

(Registo IGAC #786/06)

Monday, May 15, 2006

Premonição de Um Futuro Passado

E de repente, parado num sinal em frente ao Jardim Zoológico, deu-me uma vontade enorme de te abraçar; de te ter colada a mim, de te olhar, e de saber que estás bem.
Não passava aqui há muitos anos, desde a minha última noite em Lisboa. Lembro-me como se tivesse sido ontem! O nosso jantar, as nossas conversas, os nossos medos, sonhos, e desejos… “Não! Claro que não vamos deixar que a distancia nos separe!” ”Promete-me que não vais desaparecer da minha vida..”
É estranho como só passo aqui de noite. Por momentos esqueço-me de onde venho, para onde vou, onde estive e com quem estive. Esqueço tudo e perco-me no passado, em hipóteses, em e se’s… “e se isto não tivesse sido assim?!” “e se aquilo não tivesse acontecido daquela maneira?!” “e se nada disto tivesse acontecido de todo!?”
À noite os pensamentos correm melhor, tornam-se mais claros, mas ao mesmo tempo são mais traiçoeiros. Levam-nos a sítios que pensámos não visitar mais. Abrem portas que há muito julgávamos trancadas, e mostram-nos as coisas de uma maneira mais clara, mais directa, mais fria como a noite.
Não sei quanto tempo andei perdido neste passeio, ou se, se quer estive mesmo parado enquanto pensava nisto e em ti. Há anos que não vinha a Portugal e há anos que não sei nada de ti; e no entanto, parado naquele sinal encarnado, vi-te!
De um momento para o outro deixou de ser noite cerrada, as ruas deixaram de estar desertas, e o barulho invadiu o Mundo. Da janela do carro vejo-te à porta do Jardim Zoológico, à espera do autocarro, acompanhada por alguém cuja cara não consigo distinguir ou reconhecer, mas vejo a tua felicidade. Chove torrencialmente e tu ris, abraças a tua companhia, beijam-se e dançam à chuva. Alheios a tudo, alheios a todos, e brincam um com o outro como se não houvesse amanhã, e de repente, param! Assisto a tudo sem pestanejar, absorvo cada detalhe de luz, cada som, cada cor… E no meio de tudo isto sinto-me mal. Começo por sentir uma, depois outra, e finalmente uma torrente de lágrimas escorre pela minha cara. Ao mesmo tempo que me sinto mal ao observar-te, continuo sem desviar o olhar ou pestanejar. Tenho medo de perder qualquer coisa. Como um voyeur olho tudo com a maior atenção; invado o teu espaço; destruo a tua privacidade com um simples olhar, e mesmo assim não me vês. Continuas na tua calma a rir e a dançar à chuva sem medo do que vem a seguir, sem medo dos olhares estranhos de todos os que te rodeiam, segura… Mas… Tão depressa como começaste, paras. Consigo ouvir uma frase solta dita no meio de todo o barulho e de todo o caos enquanto se olham nos olhos:
“Promete-me que não vais desaparecer da minha vida…!”
Um arrepio invade-me o corpo! Suores frios começam a correr, da ponta dos pés até aos cabelos, e cada nervo do meu corpo treme, responde a algo que não sabe dizer o que é, e ao mesmo tempo que tudo isto se passa, a chuva para, o barulho acaba, as ruas ficam desertas, a noite continua cerrada e o mesmo sinal encarnado.
As lágrimas não param de correr e agora tenho um carro ao meu lado que arranca assim que o sinal fica verde.
Arranco também, devagar, confuso, com vontade de limpar a cabeça e as ideias. Penso na minha família, nos meus filhos, na enorme vontade de te dar um abraço….
Acabámos mesmo por desaparecer da vida um do outro. Como é que deixámos isto acontecer?
Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Friday, May 12, 2006

Once upon a time there was a boy who lived in a little cabin , a gingerbread cabin. He lived there with his family but all he ever did was to sleep. He slept day in and day out, and he even slept during the night. All he ever did was to sleep! He didn't care about anything else until the day he woke up. Maybe he got tired of sleeping. Maybe he got tired of waiting. But one day, that little boy opened his eyes, and he woke up...

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)